A perda dos espaços artísticos, devido a pandemia do covid-19, afetaram a renda de muitos que vivem do contato com o público. Os artistas independentes, que sempre encontraram desafios na divulgação da sua arte, sabem o quanto é árduo o trabalho de ganhar reconhecimento do público contando com os próprios recursos. Agora, nesse cenário pandêmico, inesperadas dificuldades foram surgindo. 

No início do aumento exorbitante do número de casos, uma das formas de contenção a disseminação do novo coronavírus foi o isolamento social que virou obrigatoriedade, assim, cinemas, teatros, shows ou qualquer outra atividade artística teve que ser suspensa por tempo indeterminado. Hoje, quase oito meses em quarentena, o mundo tenta se reinventar criando novas formas de fazer o público consumir a arte. Na lista divulgada no dia 15 de setembro, pelo Ministério da Economia, entre as atividades econômicas mais afetadas pelo novo Coronavírus, o setor artístico se encontra em primeiro lugar; os meses mais difíceis para esses artistas foram março e abril.

Para os artistas renomados, com um grande público e grandes patrocinadores, as consequências foram mais sutis, mesmo que significativas, mas, comparando as para os artistas independentes, o impacto foi ainda maior. Essa parada brusca pegou todos de surpresa e maioria não usava ou não tinha os cintos de segurança, sendo lançados para uma nova realidade. 

Para a fotógrafa Lory Kiara, de 19 anos, que sempre amou trabalhar com fotografia de bandas e shows, viu sua rotina mudar do avesso. “No início foi muito complicado. Ter que controlar a vontade de sair, de ter contato direto com o público. A ansiedade, agonia, imperatividade foram presentes durante todos esses meses”, contou Lory numa entrevista que fez para o nosso jornal. A mesma enfrentou um dilema interno, sobre prosseguir na fotografia, pensando em desistir e vender sua câmera para continuar a se manter: “Senti medo de ter que deixar de lado algo que sempre amei, sempre desejei fazer. Senti agonia em não poder registrar e congelar momentos especiais”. Como forma de contornar a situação ela decidiu colocar anúncios na OLX procurando alguns delivery’s para fotografar os alimentos. “Isso deu um bom resultado”, acrescentou. Ela também procurou outro emprego, atualmente trabalhando em fábrica nos dias úteis e, no fim de semana, com a fotografia.

por Ilara Nascimento.

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