Como a indústria da moda se reinventou para ajudar a sustentabilidade. 

Por: Bianca Marques

Foto: Hiroaki Tanaka.

Durante muito tempo a população foi incentivada pela indústria da moda a ter um consumo desenfreado, de baixa qualidade e produção escravista, roupas feitas para suprir apenas a necessidade de cobrir uma tendência momentânea e não a real necessidade dos seus consumidores. As roupas são muito mais do que uma simples vestimenta, é o modo de se expressar e se impor ao mundo.

Apesar de parecer inofensiva, a indústria têxtil é uma das que mais polui o meio ambiente, seja pelo uso excessivo de água, poluição dos rios, emissão de gases, descarte irresponsável e desmatamento florestal, além da falta de qualidade de trabalho oferecida para seus operários,caracterizada como escravização operacional, onde pessoas recebem menos de R$1,00 por peça fabricada e as produzem em  péssimas condições.Para poder reduzir os danos causados durante anos muitas marcas se uniram para mudar a forma de produção e apresentação dos seus produtos, muitas delas se preocupam em utilizar um material mais ecológico que não agrida tanto o meio ambiente, além de também oferecer uma melhor qualidade de trabalho para seus operários.

Fotos: AGÊNCIA FOTOSITE.

Para Bianca Cruz, produtora de moda na BCZ Produtora “o Eco Fashion/ Moda sustentável surgiu com o intuito de trazer uma consciência na Indústria da Moda, buscando explorar menos recursos naturais, desta forma degradando menos o ambiente e oferecendo também questões dignas de trabalho, a grande maioria das indústrias de larga escala oferecem aos seus trabalhadores condições desumanas (salários extremamente baixos, carga horária extensa e graus elevados de periculosidade).” Já a estudante de moda Marta Mattos “ A moda sustentável tem tamanha importância para nós que crescemos com a visão de que o mundo aceitava muito bem as formas de produção das grandes marcas, não víamos tantas pessoas se importarem com a água suja e  cheia de compostos químicos que era jogada nos rios e mares, com o lixo têxtil descartado incorretamente, agora, essas grandes empresas estão tentando se redimir com o mundo, adotando a postura eco fashion, eco friendlys, usando da transparência nas suas redes sociais.Muita coisa ainda precisa ser feita para curar essa doença chamada poluição que o ser humano causou no mundo, mas o consumo já começou e já nos dá uma visão de um possível futuro mais consciente.”

Foto: The Winter 2017 Stella McCartney Campaign Film | Full Edit.

O Fast Fashion ou moda rápida apresentou para a sociedade um produto sem qualidade e de baixo custo, onde as roupas são produzidas de maneiras que se tornem descartáveis conforme o uso, efeitos causados pelas mudanças descontroladas de tendência e pela baixa qualidade de produção. Provocando um consumo exagerado para que seus fiéis consumidores sempre estejam acompanhando as tendências diárias. Com o intuito de contrariar essa indústria de consumo inconsequente, marcas que prezam pelo meio ambiente estão cada dia mais investindo em roupas que tenham uma durabilidade maior, que não sejam descartáveis e sim atemporal, elevando ainda mais o seu tempo de uso.Um exemplo disso, são os brechós que resistem e vendem roupas seminovas que seriam descartadas.

Para Ana Santos, proprietária do virtual Minerva Brechó SSA “Quando compramos em brechó estamos evitando que acumule mais lixo no nosso planeta ressignificando uma peça que provavelmente seria destruída. Ela ainda afirma que “hoje em dia o brechó não é mais um lugar apenas de vender roupas baratas. Acredito que principalmente quem compra pela internet além da consciência sustentável estão buscando uma exclusividade no estilo, principalmente quando falamos de moda vintage.”

Confira o vídeo da Giovanna Nader sobre moda sustentável:

Deixe um comentário