A banda é formada apenas por mulheres e atua de forma independente no cenário musical baiano.

O primeiro EP lançado pela Banda Amarela no dia 09 de novembro, conta com 6 faixas que trazem em sua melodia, a diversidade musical. Disponível em todas as plataformas digitais, o EP “3 por 4” faz referência ao compasso das valsas, e busca quebrar as barreiras dos instrumentos musicais, explorando-os e fugindo dos padrões nos quais geralmente são utilizados. 

A banda que teve seu nome originado a partir do gosto pela cor, é composta apenas mulheres e atua de forma independente. A motivação para a formação feminina surgiu do olhar voltado para a representatividade. “Foi por meio dessa necessidade do protagonismo feminino na cena musical baiana, que decidimos que o grupo seria constituído apenas com mulheres e que o repertório incluiria também músicas autorais”, explicou Nathália Freitas, guitarrista da banda.

“A ideia que queremos apresentar, que queremos levar dentro desse cenário é de que somos capazes, como tantas mulheres musicistas são, de crescer, de apresentar a sua arte, da forma que acreditamos que deve ser apresentada, com nosso estilo, com ritmos, frases, instrumentos e melodias que queremos”, completou a violinista e produtora, Kailane Oliveira.

As músicas presentes no EP “3 por 4” perpassam entre os gêneros, explorando a diversidade dos instrumentos utilizados. Elas buscam desconstruir a visão preconcebida desses instrumentos trazendo as diversas possibilidades que estes podem propôr. “Tentamos deixar para trás toda vivência anterior a fim de uma desconstrução para criação e inovação de um novo modelo de formação para o grupo, um grupo onde o violino não se limita a tocar peças clássicas ou a sanfona a tocar peças populares, tendo total liberdade para execução de diversos ritmos e estilos experimentais”, disse Vitória Pádua, uma das vocalistas.

Durante entrevista ao Explana Salvador, elas informaram que não buscam manter um padrão no gênero musical da banda. O grupo explicou que pretende inovar a cada canção, fazendo com que os ouvintes se surpreendam, e tenham uma sensação específica de acordo com cada música.

Para elas, a maior dificuldade como banda independente tem sido a questão financeira. De acordo com a contrabaixista, Maiara Guedes, a banda ainda não faz apresentações pagas, e utiliza as redes sociais para fazer suas divulgações. 

Assim como outros artistas independentes, o grupo também foi bastante impactado com as medidas protetivas que precisaram ser tomadas para evitar a disseminação do novo Coronavírus. “Por conta do cenário pandêmico, não temos muitos lugares para tocar. E tem toda a questão dos equipamentos que precisamos comprar para que estejamos prontas para os estabelecimentos ou eventos que iremos tocar. Mas isso vamos enfrentando sem ansiedade”, concluiu Maiara.

Em meio a esse cenário de pandemia, assim como outros artistas, elas também tiveram que migrar para o meio virtual. E assim, virtualmente, iniciaram as decisões acerca da gravação do EP. Segundo Dindi Leoni, percussionista da banda, o grupo teve o apoio de um produtor para realizar a gravação, “Recebemos ajuda de um produtor parceiro chamado Adrian Brito, ele gravou, mixou e masterizou o EP de forma gratuita. O gasto que tivemos foi com o transporte nos dias que fomos para o home stúdio dele para gravar”, disse.

Anterior a esse cenário, a banda costumava ensaiar no espaço cultural Relicário, localizado em Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador (BA). “Levamos como uma casa, como tantos outros artistas da cidade levam nos seus corações também. É nesse espaço que apresentamos nossa arte, com o objetivo sempre de expandir”, expressou Kailane ao falar sobre o espaço.

Quando questionada sobre o cenário musical independente de Salvador, Dindi pontuou que “é um ambiente rico de cultura e diversas personalidades”. E afirmou que apesar de ser um cenário majoritariamente masculino, está começando a se expandir para as produções femininas, processo que a mesma acredita ser gradual.

Sobre o futuro da banda, Vitória conta que elas já tem novos planos. Entre eles, a gravação do primeiro clipe. Para essa realização, a banda está buscando parcerias musicais com outras artistas mulheres, com o propósito de fortalecer o cenário feminino musical.

Clique aqui e saiba mais sobre a produção do EP.

|Por: Manuela Meneses

Um comentário em “BANDA AMARELA FALA SOBRE LANÇAMENTO DO NOVO EP

  1. Essa banda é um orgulho muito grande pra mim. Pude sentir a grandeza musical, a leveza e a delicadeza de cada uma delas. Eu amo e sinto cada uma ao seu modo. São brilhantes, simples e possuem a genialidade da música.
    Parabéns, minhas amarelinhas, rss.
    Parabéns pela matéria, Explana Salvador!
    Um abraço e namastê.

    Até mais!

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